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terça-feira, 18 de novembro de 2014

8a POSTAGEM
PSIQUIATRIA FORENSE: TÃO DESCONHECIDA QUANTO NECESSÁRIA

Um dos campos de atuação da prática forense e que pouco possui destaque é a da Psiquiatria Forense. Esse é o tema da postagem dessa semana.


A psiquiatria forense é o campo específico de identificação, discussão e condução de questões situadas na interface entre saúde mental e Lei. A psiquiatria forense ainda não é uma especialidade psiquiátrica reconhecida em muitos países. Por outro lado, estudos têm creditado uma boa reputação a essa especialidade, por revelarem bom êxito e competência medidos por meio da taxa de recorrência de comportamento criminal.

Provavelmente, os cuidados com a saúde mental são os mais dependentes e mais afetados pela lei em todo o campo da medicina, o que reforça a necessidade de uma maior integração entre as abordagens psiquiátrica e legal de um determinado comportamento humano ou de uma determinada condição mental.


Esse ramo da medicina forense se desenvolveu bastante, e ainda está se desenvolvendo porque vem sendo investigada a relação entre transtorno psiquiátrico e comportamento violento de forma cada vez mais criteriosa além de, nas últimas décadas, têm se desenvolvido novos instrumentos de avaliação de risco de violência.

Essas abordagens a pouco comentadas são muito importantes para o bem coletivo, justificando assim seu crescimento. Em um significativo número de casos, ações ou omissões de pessoas portadoras de transtorno mental podem afetar outras a ponto de comprometer sua saúde e segurança. Essa preocupação justificou a adoção, por parte de legisladores, de medidas que permitem a autoridades limitar a autonomia de pessoas com transtornos mentais as quais podem representar perigo à saúde e à segurança de outrem. Como exemplo, tem-se a internação compulsória, por determinação judicial, realizada mesmo contra a vontade do paciente.

Em relação ao paciente, a preocupação é centrada em sua vulnerabilidade em lidar com a sociedade nas tomadas de decisão, bem como no risco de adotar um comportamento que possa afetar sua saúde, sua segurança e a regência de seus bens. Em consequência disso, surgiram medidas legais para proteção dessas pessoas com transtornos mentais, retirando delas uma parte de seu poder de decisão, que é transferido a outra pessoa, gerando assim um processo de interdição judicial. Devido à seriedade, importância e repercussões dessa interdição, impõe-se ao médico a obrigação ética de se certificar de que ele está de fato baseando sua conclusão em evidências clínicas consistentes e o mais acuradas possível.

Enfim, cabe destacar aqui que uma comparação entre os modos de ação da Psiquiatria Forense em outros países deve ser feita de uma forma cautelosa e analista. Dessa forma, para se fazer uma abordagem da psiquiatria forense em âmbito internacional, é fundamental um exame de diferentes legislações que regem o funcionamento de diversas culturas, visto que isso é um fator determinante para a caracterização de algumas práticas nos países.

Fontes: 
http://www.psiquiatriaforense.com.br/
http://www.conjur.com.br/2012-jul-26/psiquiatria-forense-ajuda-justica-decidir-ainda-subaproveitada